Art, // October 29, 2015
Marta Spagnol — ARTISTA
Uma entrevista com a artista Marta Spagnol —
1) Quem é você? E o que faz?
Sou Marta Eunice Spagnol, moro e desenvolvo meu trabalho na cidade de Chapecó – Santa Catarina – Brasil. Sou bacharel em Artes Visuais. Há muitos anos comecei fazer aula de pintura em ateliê livre, fiz escultura em resina, da figura humana. Mas chegou um momento que pintar por pintar, já não me satisfazia mais, foi quando decidi ir para a faculdade em busca de mais conhecimento. Hoje trabalho em meu próprio atelier.
2) Por que a arte?
Porque fui sempre uma apaixonada pela História da Arte, e por tudo que permeia a Arte.
3) Qual sua lembrança mais antiga de querer ser uma artista?
Tenho lembrança desde muito cedo, havia um interesse muito grande pelos tecidos de (chitas), principalmente as (chitinhas) e também pelas colagens, mas não tinha a menor ideia de como aliar isso a algum tipo de arte, principalmente a pintura. Hoje percebo que as cores vibrantes, minha vivência e a história desses tecidos é que me seduziam.
4) Quais seus temas favoritos?
Minha temática é com os tecidos, os recortes das (chitas) e as tintas, são elementos fundamentais da minha obra. Às vezes uso somente as colagens para fazer minha composição, substituir os potes de tintas, pelos tecidos, me instiga muito, também.
5) Como você trabalha e aborda o tema, o assunto?
Desenvolvo essa pesquisa desde a graduação, onde consegui com a pesquisa teórica aliada ao momento pictórico, fortalecer meu trabalho, compreendendo a formação cultural brasileira e as influencias de outras etnias.
Meu trabalho está inserido dentro da cultura popular brasileira.
Aproprio-me dos tecidos de (chitas) e no momento da criação, ocorre um processo de desestruturação do tecido original da (chita).
6) Quais são seus trabalhos de arte favorito (s) artista (s)?
Gosto em especial da obra que tem como título “Gabriela” e “Lembranças transformadas II.”
7) Quais são as melhores respostas que você teve ao seu trabalho?
Foi que, com minha pesquisa, consegui respostas a questões intrínsecas que me inquietavam ao longo da minha vida; que sempre foi o grande interesse pelos tecidos de (chitas). E também ter o reconhecimento do meu trabalho, que ao pensar nos elementos que constituem a obra, não tenho como desvencilhar de elementos que me constituem como ser humano e que de uma forma ou de outra fazem parte das minhas lembranças e vivências. Perceber que esta mesma (chita) possui uma identidade cultural na vida dos brasileiros e isso se cultivou na mina formação também.
8) O que você gosta do seu trabalho?
Amo meu trabalho. Na fluência das colagens, posso sentir que a efetividade da forma não é proveniente só das ideias, mas da intimidade dos florais. Seria redundante ressaltar que a (chita) é um elemento constitutivo da minha obra, uma vez que me apropriando deste tecido é que percebo que a obra, constitui-se a partir da cultura que possuo e isto me possibilita a prosseguir cultivando tanto valores que me identifica como brasileira, como a que me identifica como individuo.
9) Que conselho você daria para outros artistas?
Comungo com a ideia de que o artista não é provido apenas de um “Dom Divino”, mas também é preciso estudo como qualquer outra área do conhecimento, enfatizando também um trabalho árduo. Diria então; que é preciso estudo, trabalho e perseverança, para que sua obra se legitime e se sustente.
10) Onde você se vê daqui a 05/10 anos?
Vejo-me ainda nessa mesma temática, e que não me falte o lado crítico e reflexivo e também as indagações, no que diz respeito, sobretudo, nos valores constitutivos da minha obra. As chitas que muito significaram no decorrer da mina vida e que percebo assim, como elas incorporam na formação da minha identidade como artista.
LINKS —
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Edmundo Cavalcanti é nosso colunista de artes para Arts Illustrated em São Paulo, Brasil.